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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Ela se lembrou dos pequenos problemas que queria não se lembrar.


Por um momento se pegou olhando para os efeitos que o egoísmo causa em todas as pessoas. Ela, por querer sempre se sentir realizada, acabou esquecendo que outras pessoas também tem esse direito. Mas às vezes a realização dela, dependia de ter aquelas pessoas somente pra ela.
Ela tem medo, medo de decisões complicadas e decepções – aquelas que acontecem freqüentemente com ela. Seu desejo era que essas decepções nunca acontecessem. Apesar do tempo curar algumas coisas – coisas que algumas vezes por estar enjoada da situação monótona, torcia para acontecer – ela por fim se feria, e sonhava com o dia que isso não acontecesse mais.
Quando pensava que tudo estava bem e que ia pela primeira vez algo dar certo, vinha o tempo que trazia algo ruim. O medo constante de se ferir, se tornou uma fobia, mas quando se dava por decidida a fugir de relacionamentos, eles a cercavam por culpa dos seus sentimentos confusos.
No começo era tudo bem, na presença da pessoa que a fazia feliz. Nada de mal acontecia, tentava nem pensar nas brigas e discussões por seu gênio forte. Quando a outra parte estava longe, começava a pensar nas possibilidades de dar errado, nos momentos que deixou a discussão de lado porque queria uma noite de paz, na possibilidade dos sonhos da outra parte serem diferentes dos sonhos dela.
Algumas coisas a faziam chorar, porque muitas coisas que ela fazia eram sacrifícios imensos, mas sempre pareciam muito simples pra qualquer um. Ela era sempre decidida, e tinha medo, porque às vezes cruzavam seu caminho pessoas decididas também.
Nos tempos em que estava vivendo, era praticamente impossível encontrar alguém com os mesmos sonhos que ela. Quando ela gostava, ela gostava por inteiro e imaginava o futuro com aquela pessoa. Sabia que talvez fosse por isso que se magoava tanto, mas não dava pra mudar nada, ela tivera nascido e fora criada dessa forma. Ela só se confundia cada vez mais. Seu egoísmo crescia cada vez mais, seu amor intensificava e a feria cada vez mais.
Tudo isso, pensou ela, aproximava e afastava as pessoas que a cercava, mas era impossível não conseguir se aproximar de ninguém. Ela procura mudar. Afinal se ela escolhesse mudar, estaria mudando por ela? Se ela mudasse continuaria sendo ela mesma?

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