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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Parte 7




Parte 7

Thomas
Ao ver Sofia saindo às pressas, ficou sem entender direito o que tinha acontecido ali. Ficou confuso, mas não queria se precipitar a pensar algo errado.
Durante aqueles minutos aguardando a roupa, Thomas via flashes da figura de Sofia e de seu sorriso incrivelmente bonito. Quando voltou a si, Lucas o estava chamando:
- Senhor... Senhor!
Thomas olhou espantado. – Me desculpe. – disse timidamente.
- Temos uma promoção especial para novos clientes. Seu primeiro cadastro de peças é gratuito, se caso quiser voltar aqui, pegue meu cartão. Tem um numero de protocolo que posso cadastrar em seu nome.
Sorrindo Thomas respondeu:
- Muito obrigada.
- Suas peças já estão prontas.
Thomas agradecendo mais uma vez, pegou as duas peças já dobradas e as guardou na mochila. Saiu do estabelecimento, guardou o cartão em um dos compartimentos de sua carteira, e caminhou em direção ao carro ainda confuso com a situação de minutos atrás.

Clara
Não aguentando mais ser pressionada por Sofia a se manter inerte em relação a Thomas, Clara decidiu tomar uma atitude. Pegou seu celular e começou a discar os números e foi interrompida por uma ligação de Sofia.
Após ouvir barulhos estranhos de uma ligação com um péssimo sinal, Clara perguntou:
- Alô? Sofia?
Continuava a ouvir aquele barulho irritante e decidiu desligar e tentar outra ligação a ela.
- Tudo bem? O sinal esta muito ruim!
Não conseguindo resposta nenhuma, viu que a ligação tivera sido interrompida novamente.

Sofia
Irritada entrando no estacionamento de seu prédio, esperou para tentar outra ligação quando chegasse a seu apartamento. Sofia não tinha certeza se contava a Clara sobre o acontecimento daquela manhã, ou se deixava esse trabalho para Thomas. Ela estava confusa, com muita dor de cabeça e com uma aceleração incomum nos próprios movimentos.
Ao chegar à porta de seu apartamento, deixou a chave cair. Ao se abaixar para pegar a chave, deixou a bolsa cair.
- Merda! – disse em voz alta e consequentemente seu vizinho saiu preocupado.
- Precisa de ajuda? – disse ele.
Sofia respirou fundo. - Não obrigada. – levantou-se com a chave na mão e entrou no apartamento.
Jogou a bolsa em cima do sofá e foi até seu armário para procurar uma aspirina. Ao encontrar abriu a geladeira, procurou água e só encontrou vinho.
- Como se já não bastasse... – respirando fundo mais uma vez, pegou um copo e encheu de água da torneira.
Tomando os dois comprimidos de aspirina, se deitou no sofá. Olhando a luminária do apartamento lembrou-se que esse estresse e essa agitação poderia ser qualquer coisa, não necessariamente o encontro com Thomas.
Ainda sem certeza se queria falar com Clara, fitou o celular. Uns minutos depois caiu no sono.

Clara e Thomas
Depois de esperar uma hora por mais uma ligação de Sofia, decidiu continuar o que estava fazendo antes. Discou novamente os números de Thomas e esperou calmamente até a ligação se completar.
- Clara! – disse Thomas.
- Oi Thomas, tudo bem?
Thomas organizou os pensamentos na cabeça e ajustou uma frase para contar a Clara que tinha conhecido Sofia.
- Tudo... Aconteceu uma coisa engraçada hoje.
- Sério? O que?- perguntou Clara.
- Bem, eu estava numa cafeteria e uma garota esbarrou em mim, entornando café na minha roupa e por coincidência a garota era Sofia!
Clara atônita com a notícia pensou se talvez ela tivesse ligado para contar sobre esse acontecimento, ou se ela ainda não sabia que Thomas era mesmo “o Thomas”.
- Ela sabia quem era você?
- Na verdade, ela descobriu depois. Foi tudo muito rápido, ela disse que tinha um compromisso e não deu tempo de conversarmos, mas ela me indicou a lavanderia que ela usa. Foi muito simpática.
- Oh, sim. Entendi.
- E... Como você esta Clara?
- Esta tudo bem por aqui.
A conversa continuou como de costume, os assuntos fluindo. Clara queria saber mais detalhes sobre essa coincidência entre Sofia e Thomas, queria saber também o que Sofia achou dele... Enfim, tinha muitas perguntas a fazer, mas queria conversar disso pessoalmente e com bastante tempo livre.


Sofia
Depois de dormir por quase duas horas e meia, Sofia se levantou num salto do sofá se sentindo muito melhor. Alongou o corpo e foi tomar um banho quente para ver se saía no seu dia de folga para espairecer. Tinha ido até a cafeteria e acabara piorando seu estado mental, e deixando o físico tenso. Tinha sido uma má ideia. Então, depois do descanso, um banho quente e talvez uma comida japonesa.
Depois de decidir buscar a comida japonesa, ao invés de pedir por telefone, vestiu uma boa roupa, arrumou o cabelo e fez uma maquiagem leve.
- Talvez... Seja hoje um daqueles malditos dias que eu encontre um ex. Caso seja isso, espero que pelo menos esteja bonita pra não causar pânico. – disse ela enquanto passava rímel.
Deu uma ultima olhadela no espelho em sua saia floral rodada, salto médio preto e sua blusa decotada no mesmo tom avermelhado de uma das rosas da saia.
- Acho que estou bem. – disse ela virando de um lado a outro na frente do espelho.
Estacionou na esquina da rua onde ficava o restaurante. Ao chegar à porta respirou fundo e observou todo o restaurante para achar um lugar bom para se sentar.
Fez o pedido, e pediu para esperar com uma pequena dose de saquê. Enquanto esperava bebericando, seu celular começou a tocar.
- Sofia? Eu estava passando pelo seu prédio... – disse a pessoa, que quando ela reconheceu a voz já sentiu um arrepio.
- Eu não estou em casa. – respondeu rispidamente.
- Onde você esta?
- Onde você não vai me procurar porque não quero falar com você.
Um silêncio constrangedor de alguns segundos. A voz continuou:
- Por favor, deixa eu te ver. Você esta naquele restaurante de comida japonesa que você gosta né?
- Não. – disse ela já se levantando.
- Já estou chegando ai.
Sofia chamou a mesma garota que anotou seu pedido e pediu que cancelasse e pegasse a conta do saque que ela estava indo embora. Quando estava passando, quase correndo pela porta, foi surpreendida e esbarrou em alguém.
Ao olhar para pessoa para pedir desculpas viu que era Thomas.
- Duas vezes no mesmo dia, já tô achando que você quer me derrubar. – disse ele delicadamente.
- Desculpa. – disse ela fitando seus olhos azuis. – Estou com um pouco de pressa agora. Não quero que uma pessoa que acabou de me ligar me encontre... – fez uma pausa e seu coração em disparada percebeu que ele já se aproximava e continuou. – Que por sinal, ele já esta vindo atrás de você.
- Olá minha princesa. – disse o cara com um tom irônico.
- Desculpa Thomas, tenho que ir. E você? – olhou para o homem atrás de Thomas. - Vá à merda.
Sofia foi o mais rápido que pôde até seu carro. Thomas preocupado foi atrás dela e disse:
- Eu posso te acompanhar já que não quer falar com aquele cara...
Sofia viu que o rapaz vinha em sua direção olhou para Thomas e disse:
- Obrigada, onde seu carro esta?
- Não estou de carro agora...
- Então te dou uma carona até onde você precisa ir, em troca dessa... “Proteção”.
- Tudo bem.
Eles caminharam até o carro, mas o homem continuou a segui-los. Bateu no vidro quando Sofia fechou a porta, mas não teve chances quando ela acelerou o carro.
- Desculpa pela cena constrangedora. – disse Sofia ofegante.
- Seria forçar intimidade se eu perguntasse o que foi isso? – perguntou Thomas.
- Sabe aquele ex-namorado que foi um idiota com você, mas mesmo assim ele acha que você vai querer alguma coisa com ele? Já me mandou flores, me mandou cartas, me ligou pedindo desculpas... – Sofia respirou, ao parar no semáforo fitou Thomas e continuou - Eu não tô mais afim de me enganar de novo.
Thomas fitou Sofia e por impulso perguntou:
- Você conseguiu jantar?
Sofia sem pensar direito no que estava fazendo respondeu que não.
- Tinha acabado de fazer meu pedido quando ele me ligou, tinha que sair o mais rápido dali e cancelei tudo. Só beberiquei um pouco de saquê.
- Ok, vire à direita.
Sofia seguiu as indicações de Thomas, que deram em uma lanchonete.
- Aqui? - perguntou Sofia.
- Sim, pode não parecer nada de especial, mas tudo aqui é uma delícia!
Sentaram-se numa mesa mais no fundo um de frente para o outro.
- Bem... Faça as honras. Não conheço nada por aqui, você deve saber o que é bom. – disse Sofia ao olhar o cardápio.
- Ok então. – disse Thomas levantando a mão, chamando a garçonete. – Quero uma porção de batatas especiais e bacon, com dois cheeseburgers completos e uma torre com duas colheres. – disse Thomas quando ela se aproximou.
- Torre completa senhor? – disse a garçonete com um batom extremamente forte e mascando chicletes.
- Sim, a torre completíssima. Mas traga só quando terminarmos a primeira parte.
- Ok. Batatas especiais e bacon, com dois cheeseburgers completos e a torre pro final. Mais alguma coisa?
- O que vai querer beber? – perguntou Thomas para Sofia.
- Uhn... Pode ser refrigerante. – respondeu Sofia.
- Dois refrigerantes.
- Trezentos, quinhentos ou novecentos ml senhor?
- Eu quero de novecentos, e você Sofia?
- Quinhentos.
- Tudo bem senhores, as bebidas já estão chegando.
A garçonete foi se afastando da mesa e Sofia se sentiu obrigada a perguntar:
- O que é uma torre?
 Thomas riu, mas respondeu – Uma taça gigantesca do melhor sorvete que já comi.
- Tudo bem então... Mais uma pergunta.
- Diga. – respondeu Thomas apoiando os cotovelos na mesa.
- O que são batatas especiais? – perguntou Sofia.
- São batatas fritas misturadas com alguma combinação especial, que no nosso caso foi bacon. São especiais porque vem com muitos molhos e condimentos em cima. Uma delícia.
- Confio em você, caso for ruim, nunca mais acredito em você.
- Pode confiar. – disse Thomas entusiasmado.
Sofia passou a mão nos cabelos, e viu o celular tocando novamente com o número de seu ex.
- Droga...
- O que aconteceu? Outro compromisso? – disse Thomas com um olhar triste.
- Não... Olha! – Sofia mostrou o celular para Thomas. – É ele de novo. O que eu faço?
- Atende... Pode ser engraçado.
Sofia riu e atendeu.
- O que você quer? Desiste cara, não quero falar com você.
- Mas você não entende que eu já te pedi desculpas? – disse a voz do outro lado da linha.
- Pedir desculpas depois que faz não adianta... Olha, até adianta. Te perdoo, mas não quero mais ver você.
- Por que você faz isso comigo?
- Perguntei a mesma coisa quando te peguei me traindo, agora me esquece. – disse Sofia interrompendo a ligação. – Desculpa por isso... – disse Sofia a Thomas.
- Eis a solução. 
Thomas pegou o telefone da mão de Sofia. Desligou, tirou a bateria e a guardou no bolso.
- Te devolvo quando acabarmos aqui.
- Por mim, podia jogar isso no lixo. Não quero ser atrapalhada.
Eles riram e finalmente o pedido chegou. Comeram as batatas especiais e Sofia se surpreendeu de quão gostosas eram. Comeram os cheeseburgers e conversavam sem parar. O assunto fluía perfeitamente e Thomas era tão divertido que surpreendia Sofia.
- Nossa, estou muito cheia. – disse Sofia se apoiando nas costas da cadeira, mas continuou - Estou curiosa a respeito dessa torre, quero provar!
- Não vai se arrepender. – disse Thomas levantando a mão para a mesma garçonete, que veio sorrindo.
- A torre senhor? – perguntou ela.
- Sim, a torre. – respondeu Thomas.
De repente Sofia viu passar por uma porta uma taça das maiores que já tinha visto, lotada de sorvete de creme, com castanhas por cima da cobertura de chocolate. Ficou surpreendida, mas nada podia fazer o dia terminar melhor do que uma taça gigante de sorvete.
- Meu deus! – disse Sofia se ajustando na cadeira.
- Eu disse que era gigante. – respondeu Thomas ajudando a garçonete a colocar a taça em cima da mesa.
Ele pegou as colheres, colocou-as em cima da mesa e sentou. Ao sentar-se  sorriu para Sofia e a entregou uma colher.
Sofia observou-o comer o sorvete e acabou se perdendo um pouco em seus pensamentos. Ele era muito gentil, muito simpático, muito espontâneo... Tinha tudo o que nunca tivera encontrado num homem, ou melhor... Tinha tudo o que nunca encontrara em ninguém, e ela nunca definiu outros caras que tinha conhecido como homens, porque nunca agiram feito tal. Mas Thomas... Bem, Thomas era diferente.
Depois daquela noite num jantar simples, porém incrível. Sofia se sentia muito mais calma e estranhamente feliz. Thomas não deixou que ela pagasse a conta, nem dividisse nada, achou isso estranho, mas mesmo assim aceitou.
- Onde você mora? Posso pelo menos te dar uma carona em agradecimento?
- Tudo bem, mas vou avisando que é um pouco longe daqui.
- Não tem problema.
Sofia novamente seguiu as indicações de Thomas. Se esforçou para não esquecer o caminho de volta.
- Seria estranho se te perguntasse seu número Sofia?
- Não, acho que não... – respondeu Sofia, logo em seguida ditando o número para Thomas. – Se puder anotar o seu número aqui nessa agenda, é que não costumo guardar nada no celular porque vivo perdendo ou sendo roubada... – disse ela abrindo o porta luvas e apontando para uma agenda.
Alguns minutos e algumas indicações complicadas depois, Thomas finalmente disse:
- Pode parar aqui. Meu prédio é esse aqui na frente.
- Tudo bem. – disse Sofia encostando o carro. – Olha, muito obrigada pela noite.
- Eu que agradeço. Espero que o cara não te perturbe mais...
- Acredito que não vai... – disse Sofia encarando Thomas.
Thomas, tirando o cinto de segurança, encarou Sofia e ficou alguns segundos sem saber o que dizer e o que fazer.
- Boa noite Thomas... – disse Sofia sorrindo com o canto de seus lábios e se aproximou e deu um beijo no seu rosto. – Obrigada mais uma vez.
Ela sabia que estava próxima demais dele, e que se fizesse qualquer coisa errada estragaria tudo, mas mesmo assim não conseguia sair dali. Thomas passou a mão nos cabelos de Sofia e os colocou atrás da relha. Ela o encarou e num impulso os dois se beijaram.
Quando Sofia entrou novamente na realidade, puxou seu próprio corpo pra trás e disse:
- Por favor, me desculpa... Desculpa, desculpa, desculpa. - colocou as duas mãos no rosto e expirou.
- Por que está pedindo desculpas? – disse Thomas.
- Não sei. – disse Sofia fitando Thomas.
- Bem, eu tenho que ir agora. Boa noite Sofia, brigada pela companhia hoje. – disse Thomas sorrindo mais uma vez.
Depois de se perder duas vezes, Sofia finalmente chegou em casa. Respirou fundo e se sentou na cama.
- Droga! – disse ela ao lembrar que Thomas tinha ficado com a bateria de seu celular.
Sorriu quando viu que ao lado do número de Thomas na agenda estava escrito:
Brigada pelo esbarrão de hoje a tarde. Sem ele, talvez não teria tido um jantar tão bom.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Sobre aborto.

Fugindo um pouco do assunto "amor" aqui do blog, vou fazer alguns posts de opinião a partir de hoje, porque muitas coisas me incomodam e eu não tenho como contestar e algumas coisas ficam dentro de mim prestes a explodir. O tema de hoje vai ser sobre Aborto, pois acontecimentos da noite me levaram a expressar melhor minha opinião sobre isso, então... Espero que comentem, tweetem, compartilhem no facebook, me xinguem, me odeiem... Estou num estado mental que pra mim tanto faz como tanto fez. Obrigada pela atenção.





Primeiro começo me alongando, porque acho que esse texto vai sair um pouco maior do que o que eu imagino. Nos últimos anos surgiu uma discussão/debate muito grande sobre a legalização do aborto. Até esse ano, confesso que não tinha minha opinião formada, e isso se devia puramente ao fato de eu nunca ter parado pra pensar a fundo sobre o assunto.
Nesse ano de 2012, parando pra analisar o assunto, eu formei minha opinião. Essa por sua vez, vai contra muitas outras opiniões, que talvez seja eu parte da minoria que pensa dessa forma. “Eu sou a favor do aborto.”, foi essa a frase que disse na faculdade hoje, que tenho quase certeza que choquei a maioria das pessoas e fui xingada mentalmente por mais da metade da sala, ou não, porque não leio mentes então não sei direito o que pensaram.
Agora vai minha explicação pras perguntas principais que perturbam a mente das pessoas: “Qual religião você é?”, “Você não vê que aborto é assassinato?”, “É bíblico que não se deve matar...”, “Aborto é crime”... Bem, sei que tem muitas outras, mas essas são as principais e vão ser respondidas nos parágrafos seguintes:
Sou evangélica. Sim, pasmem! Sei que muitos vão falar que minha religião é contra assassinato, e eu mais do que ninguém sei disso. Sou evangélica desde que me entendo por gente, mas como ser humano e ser pensante, eu sou a favor do livre arbítrio que é bíblico também! Por isso acredito que a “mãe” tem direito de escolher se quer a criança ou não, e tem direito de poder fazer essa escolha de uma forma segura. Concordo que não se deve matar e se eu engravidasse mesmo se fosse gravidez “indesejada”, eu teria meu bebe, porque acredito que é responsabilidade minha cuidar da vida que estou gerando.
Por que sou a favor da pessoa escolher se quer ter o filho ou não? Simplesmente acredito que se a pessoa tivesse direito de escolher continuar ou interromper a gravidez logo que descobrisse, teríamos índices bem menores de abandono, de crianças jogadas no lixo, de crianças jogadas nos rios, de crianças jogadas em caçambas de construção e morrerem afogadas por conta das chuvas que deram naquela noite em que foram jogadas. Sou a favor dessa criança não ter que passar por um lar de adoção, e crescer sabendo que foi jogada ali por uma mãe que não a queria, ou não tinha condições de cria-la.
Acredito que é direito da mãe escolher interromper a gravidez, mesmo sabendo que fazendo isso não conhecerá a sensação de ser mãe. É direito dela, pois ela quem vai abortar e não esse bando de moralistas que se dizem a favor da vida, mas não fazem nada pra mudar isso. Não vejo essas pessoas adotando crianças, ou passando por processos de adoção com desejo de adotar.
Por isso repito: assim como é bíblico não poder matar, é bíblico que o ser humano tem livre escolha de seus atos dês da criação do mundo. A mulher sabe muito bem que mesmo sendo um feto, ele tem vida e esta em formação para ser um ser humano, se ela, mesmo partindo desse princípio quiser abortar, quem pagará pela vida que foi tirada será ela mesma e não você, nem eu, nem ninguém mais.
Sou tão a favor disso quanto sou a favor de qualquer pessoa expressar a opinião que tiver sobre isso, só não acho válido pessoas com comportamento agressivo com as pessoas que pensam diferente deles, porque todos nós nascemos para viver as nossas vidas e não as vidas de outras pessoas. E eu tenho direito de pensar o que eu quiser pensar independente de minha etnia, religião, sexo e cultura.
Pense nisso.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

A longa espera.


"Por que só agora? Esperei uma ligação sua, uma mensagem, uma carta, um sinal de vida durante esses longos anos que passaram, mas parece que você advinha quando parei de esperar pra poder reaparecer tentando me confundir de novo. Você tem que entender que aquela foi a ultima vez, mesmo eu tendo que lutar com meu físico e meu psicológico a favor dessa ideia, aquela foi a ultima vez.
Eu tentei pagar o seu mal fazendo algo mal com você. Tentei até fazer o mesmo que você, mas não consegui porque você sumiu depois disso. Tentei pagar suas afrontas com desprezo, mas quando eu menos esperei lá estava você novamente, demonstrando que lembrava tudo o que te disse, e me remetendo ao passado outra vez. Mas eu não desisti de resistir. Você só reapareceu, não teve força suficiente e nem camuflou bem seu balde de mentiras para me enganar. Eu estava mais forte.
Logo depois eu tentei te procurar, não aguentava mais ficar nessa de fingir que tinha te superado, quando na verdade meu corpo inteiro gritava por você. Mas aí, naquele dia que me surpreendi. Minha mente pediu para não machucar mais meu coração, e meu coração criou coragem pra dizer um “não” consentido pela primeira vez. Ele concordou em me afastar de você.
E agora? Você sente falta? Você percebe que o que te dei foi verdadeiro? Ou você novamente, só quer alguém que por um longo ano não tinha desistido de você?
Agora ainda sou arisca quanto a você, mas em breve terei a frieza que você teve quando me deixou chorar. Infelizmente, você que me ensinou a ser assim. Antes era simplesmente sobreviver sem você, agora eu tenho alguém que me ensinou a viver."

Se arrependa e concerte seus erros antes que seja tarde, porque com o tempo as feridas cicatrizam, e algumas delas não deixam marcas e caem no esquecimento.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Combo de postagens!


Convocada a participar pela @alinecarlams do blog Escrevacarlaescreva

Nunca recebo nada desse tipo porque não interajo com muita gente no blog, mas a partir dessa iniciativa vou começar a interagir ok? Como a Aline disse isso é uma iniciativa pra continuar postando no blog, então... Obrigada Aline. E adorei a dica!

Regras

• Write 11 (random) things about yourself on your blog;
• Answer the questions the tagger set for you and create 11 new questions for the people you tag;
• Choose the next 11 people to tag and link them on the post;
• Go to their page and tell them you have linked him or her;
• No tag backs;
• You must post these rules.

Abaixo o meme é iniciado:

11 coisas aleatórias sobre mim.

1- Enjoo mais rapido da cor (e corte) do meu cabelo do que de comer a mesma coisa durante varios dias. Acho que, já que não dá pra mudar aspectos do meu rosto, - como olhos, nariz, boca -  que é uma coisa que vejo todos os dias no espelho, acabo mudando meu cabelo constantemente, seja na cor ou no corte. Podem chamar de dificuldade de aceitação, ou do que quiserem, eu sou assim e pronto.

2- Estou com 18 anos e meu primeiro emprego de estagiária é praticamente não fazer nada o dia inteiro. Mentira, eu trabalho fazendo Fotos Divulgação de eventos da Casa da música e para o funcionamento de cursos do Telecentro (minha áera).

3- Odeio, odeio, odeeeeio profundamente intimidade forçada. Aquelas
pessoas que mal me conhecem e já me chamam de amor, sabe? Acho isso puramente desnecessário.

4- Adoro compor musicas e escrever, mas os melhores textos e melodias sempre vêm nas horas que estou sem meu violão e sem nenhum papel por perto. Raramente sai algo bom quando forço minha mente a trabalhar. Quando eu escrevo sempre é porque surgiu inspiração de alguma situação extremamente aleatória, nunca porque fiquei sentada na frente do pc com o word aberto esperando surgir algo.

5- Os meus melhores textos de amor são escritos quando eu estou muito triste e decepcionada com alguém.
6- Tenho uma TPM absurda. Geralmente, uma semana antes eu já começo a ficar extremamente agitada, sensível, estressada, triste, feliz, ou seja, fico quase com bipolaridade. Não consigo controlar isso, às vezes prefiro até me afastar das pessoas perto de mim pra não falar nenhuma besteira ou não causar nenhum mal. Porque, realmente, nesses dias falo muitas coisas sem pensar. Ou seja, prefiro não estar na pele de quem convive comigo, quando estou na TPM.

7- Sou extremamente ansiosa. Quando me falam alguma coisa com antecedência, ou ficam fazendo suspense pra mim é a mesma coisa de me esfaquearem várias e várias vezes na barriga.

8-  Sou apaixonada por histórias de amor, seja em filmes, seja em livros, seja em blogs... É uma paixão absurda.

9- Quando vou ao cinema, e esta vazio eu fico contando as fileiras e as cadeiras pra saber o lugar perfeito pra sentar. Quando sento em algum lugar ruim, e o cinema fica cheio e não da pra trocar, fico o filme inteiro agoniada. Acho que isso é até um tanto problemático, mas até em casa pra ver filme as vezes é assim, se não pegar um lugar bom, se não der pra tocar fico o filme inteiro com uma péssima sensação.

10- Meu presente de 15 anos foi meu primeiro violão. E não fiz festa de debutante porque acho palhaçada. (Nada contra quem gosta)

11- Por ultimo, mas não menos importante... Amo opinar sobre coisas que entendo, mas odeio gente idiota que não entende o que quero dizer e vem criticar. Infelizmente eu tenho esse defeito de odiar ser criticada e acabo discutindo com algumas pessoas por isso, mas da mesma forma que aceito pessoas com os defeitos delas, tenho o sonho que elas me aceitem com esse defeito. Pode ser que isso seja perfeccionismo, mas eu simplesmente ODEIO quando faço algo pra que saia do meu gosto e vem alguém me criticar.


Respostas para a Aline

1. Qual o motivo de ter criado o blog?
Quando eu estava no segundo colegial, minha professora de português pediu que escrevêssemos um conto. Nessa atividade, ela deixou livre pra gente escrever quantas páginas quiséssemos, mas tinha que ser um conto fantástico (aqueles com coisas incomuns, super poderes e etc). Eu não me limitei.
Meu conto foi de 42 páginas, nem lembro, mas acho que foi o maior da sala, e tinha romance, tinha escola, tinha adolescentes, e o melhor de tudo, tinha super poderes! Eu, simplesmente, descobri com essa oportunidade que eu adorava escrever, e percebi que isso me libertava profundamente de todas as coisas ruins que me cercavam. Porque na época, querendo ou não, tinha alguns problemas emocionais me rondando que eram difíceis de superar. A partir daí que surgiu a ideia de criar um blog. Eu vivia frustrada por algumas coisas e descobri um refúgio na escrita, e isso me ajudou MUITO!

2. O que estuda/qual a sua profissão?
Eu atualmente estou fazendo faculdade de marketing. Minha ideia quando saí da escola era cursar fotografia, mas meus planos não deram muito certo e decidi cursar marketing. Estou simplesmente AMANDO o curso, é muito legal! É uma boa pra quem quer ir pro ramo de fotografia publicitária/publicidade, porque é um mix de coisas importantes que ajudam a pessoa a se desenvolver em conhecimento de clientes até empresas.
Sou estagiaria na Casa da Música de Diadema. Eu aqui cuido de fotos divulgação pra alguns eventos que acontecem aqui no Telecentro, que é uma espécie de Lan House, só que gratuita. No fim de abril vou lecionar informática básica para idosos, numa ação social. Espero que seja proveitoso.

3. Qual o seu hobbie predileto?
Não tem predileto, tem prediletos! Amo tirar fotografias acho que a foto é algo pra contar histórias. Amo ir no cinema, AMO tocar violão, e amo muito mesmo cantar. Faço aula de canto a quatro anos e, depois dos meus textos, é a forma mais incrível de apagar meus medos e as coisas tristes da minha vida.

4. Tem algum preconceito?
Não, e odeio gente preconceituosa.

5. Você é feminista como eu (responda se souber o que é feminismo)?
Já dizia eu divagando no twitter: “Quanto mais feminista a mulher, menos louça ela tem pra lavar”. Não gosto de nenhum desses grupos que dividem a população. Acho que mulher, tem sim que lutar por igualdade, mas hoje em dia até o conceito de igualdade ta deturpado.

6. Já viajou para algum lugar distante da sua cidade? Como foi?
O mais longe que fui de São Paulo, foi quando fui pra minas com meu atual namorado. Foi uma das melhores coisas que já fiz junto com alguém que gosto. Conheci os avós dele que são uns amores, e foi na roça de minas. Só tinham fazendas pra todos os lados. A coisa mais incrível de lá era o céu a noite, e se tem uma coisa que AMO de paixão é ver a lua cheia e lá eu conseguia vê-la bem melhor que aqui e ainda por cima tinham muuitas e muitas estrelas no céu.

7. Que filme maravilhoso você indicaria?
Nossa... Eis um problema pra uma pessoa que não consegue favoritar nada na vida. As vezes chamo meu “problema” com coisas favoritas de “síndrome do favoritismo”, eu simplesmente, não consigo favoritar, citar, mencionar, gostar, ou seja lá o que for, apenas uma coisa. Pior ainda pelo fato de eu adorar filmes, fica difícil citar apenas um. Mas o filme que mais indiquei e fiz pessoas assistirem comigo foi: “500 days of summer”.
Pra quem já foi platonicamente apaixonado por alguém, pelo menos uma vez na vida, vai se identificar DEMAIS com o Tom (personagem principal do filme). Conta exatamente como é a rotina de quando você começa a gostar de alguém até quando você luta pra esquecer, e finalmente supera. A estória é perfeita, os atores e os figurinos mais ainda. Nem preciso citar a trilha sonora né?

8. E livro, até agora já se encantou por algum?
Por dois na verdade. “Memórias de uma Gueixa” e “A montanha e o Rio” com toda a certeza desse mundo!
São dois livros com histórias perfeitamente bem escritas e ambos na cultura oriental. Um no Japão e o outro na China. Romances incrivelmente arrebatadores e emocionantes. Confesso que ambos em alguns trechos tiraram lagrimas de mim.

9. O que falta na sua vida?
Por enquanto ainda tenho muitas metas a cumprir na vida, mas acho que metas não se enquadram em coisas que faltam na vida. Acredito que meus sonhos contém algumas coisas que faltam na minha vida, as vezes eu me pego pensando em algumas coisas que quero ter e ainda não tenho, mas são coisas que não vou desistir até conseguir, então não sinto tanto essa “falta”, entende?

10. Faz algo para mudar o mundo?
Mudar o mundo? Nossa, que pergunta difícil... Eu gostaria de ter esse poder sozinha de mudar o mundo, só que o mundo perfeito pra mim, pode não ser perfeito pra você, certo? Partindo desse raciocínio, eu, Cassiane, faço coisas pra minha vida vão mudar meu mundo. Luto pra melhorar as coisas que eu acredito que estejam ruins e que possam melhorar. Então sim, eu faço coisas pra mudar o mundo.

11. Afinal, o que é felicidade para você?
Felicidade é na velhice ver que conquistou tudo o que queria e se sentir bem por não querer ter feito nada diferente na vida. Concluir a vida da forma que eu sempre sonhei, com minha família e meus objetivos cumpridos, e algumas frustrações acumuladas que me fizeram crescer. Acho que nada é melhor do que saber que sua vida valeu a pena e eu me considero atualmente feliz, porque tudo o que fiz até hoje valeu a pena.



Mudei as regras para facilitar a minha corrente. Meu ciclo social de blogueiros é muito pequeno, por isso diminui as perguntas para indicar menos pessoas.

Indicações
@MARIxKO
Do blog: Galfeelings
@Sora_obscure
 @Syndrome_doll
Do blog: Dojoly

Bem simples: Fale 5 coisas aleatórias sobre você, Responda as 5 perguntas, e indique 5 pessoas.

Minhas perguntas
1- O que te motiva a escrever no blog?
2- Alguma vez já pensou em escrever um livro? Se sim, sobre o que seria?
3- Qual o sonho na sua vida que você considera mais importante?
4- Cite 3 livros favoritos e 5 filmes favoritos, se quiser explique porque gosta deles.
5- O que você quer passar quando você escreve?

A visão de uma noite


Parte 6

A semana para os dois tivera sido normal. Claro que em alguns momentos se pegaram pensando um no outro e no acontecimento daquela noite, mas tentavam se distrair pra nada sair do controle. Thomas se segurou pra não ligar pra Clara logo que chegou em casa, e durante a semana se limitava a mensagens de texto comentando sobre o dia dele, e perguntando sobre o dela. Esforçou-se ao máximo para não pressiona-la ou sufoca-la. Não queria estragar as coisas entre eles.
Clara estava fortemente influenciada por Sofia, para se manter sem tomar nenhuma iniciativa, porque afinal quem deu o primeiro passo oficial foi ela com o beijo. Sempre que ia cair na tentação em escrever algo para Thomas, recebia algo dele. Isso tirava sorrisos dela, que não podia disfarçar. Ela se sentia novamente na adolescência, olhando o celular o tempo todo, ou tentando se distrair para não usa-lo.

Sofia
Sofia ficava praticamente o dia inteiro, interessada no que ambos conversavam e como ele a tratava. Ela se preocupava com a amiga e acima de tudo tinha um ciúme absurdo de todo e qualquer relacionamento em que Clara se envolvesse.
A maioria das vezes ela já conhecia com antecedência o cara, mas dessa vez era como um campo minado. Não conseguia caminhar sem conhecer. Infelizmente, ela tinha que admitir a si mesma, que Clara já estava grande suficiente para lidar com qualquer coisa que acontecesse, mas ela se sentia impulsionada a proteger a amiga em todas as circunstâncias. Ela tinha que admitir que Clara estava feliz, e aparentemente esse tal de Thomas também estava, e a tratava muito bem, tal como ela merecia.
Por várias vezes se pegava imaginando o dia em que o conheceria. Esperava que ele fosse mais do que suas expectativas, porque se fosse menos ou igual ela forçaria pra não dar certo. Isso ela sabia que soava possessivo, mas ela sempre esperava o melhor pra sua amiga.
Sofia tinha uma experiência enorme com babacas em sua vida. Sempre tivera situações ruins em seus relacionamentos. Julgava que quanto mais aparentemente “especial” o cara fosse, maior seria o grau de frustração que ela teria no relacionamento. Infelizmente na vida dela a única coisa que tinha dado muito certo tinha sido a amizade de Clara, e por isso era tão cuidadosa com isso. E por isso também que dava tanta importância aos sentimentos da amiga.
Foi até uma cafeteria pra ver se colocava os pensamentos em ordem e parava pelo menos um pouco de se preocupar com Clara.
- Um copo de 300 ml de café puro, por favor. – disse ao garoto do balcão.
- Com açúcar?
- Sim.
Depois de alguns segundos ele esticou a mão com o copo para entregar a ela enquanto ela procurava na sua bolsa o dinheiro.
- Obrigada. – disse ela pagando, tomando o copo e se virando com o olhar fixo na bolsa. Esbarrou em alguém que estava formando uma fila atrás dela, entornando todo o café no chão. Respirou fundo de olhos fechados e disse:
- Desculpa, eu estava distraída.
Abriu os olhos fitando o chão cheio de café, e o garoto do balcão disse:
- Pode deixar que eu limpo a bagunça.
- Eu ainda vou precisar de um café.  – disse Sofia procurando mais dinheiro na bolsa.
- Eu não devia ter ficado tão perto de você na fila. Eu estava olhando o que tinha de bebidas pra tomar. Eu pago outro café pra você. Desculpe.
Sofia levantou o olhar para o homem em quem tinha esbarrado. E surpreendida com a beleza dele respondeu:
- Não precisa. - tirou umas moedas da bolsa e continuou voltando-se para o garoto do balcão. – Mais um puro, adoçado, de 300 ml.
- Eu insisto. – disse o cara da fila afastando a mão dela do garoto e entregando uma nota ao menino. – O mesmo pra mim também, por favor.
Enquanto ele se aproximava do balcão ela fitava o rosto dele e juntando os detalhes. Ele era alto, os cabelos soltos e pretos. A pele era branca e os olhos brilhavam num cinza surpreendente.
- Muito obrigada. – disse ela, seguido por um sorriso.
Ele sorriu de volta e entregou o café em suas mãos.
- Sujou a sua roupa? Se quiser eu conheço uma boa lavanderia... – disse ela tímida, percebendo as manchas redondas na camiseta e na calça dele.
- Eu nem gosto tanto assim dessa roupa, mas como eu estou precisando de uma nova lavanderia... Aceito sua dica. – disse ele encostando-se a uma das cadeiras do balcão.
- Ela não fica muito longe daqui, se tiver roupa reserva eu te levo até lá.
Sofia continuava em pé observando, quando podia, os olhos do cara. Ela tinha medo que ele percebesse, então tentou fitar o copo de café por mais tempo que podia.
- Tudo bem. Estou estacionado por aqui...
- Não é preciso de carro, é a menos de 50 metros daqui.
Ele tomou o copo nas mãos, ajustou a mochila nas costas e começaram a caminhar em direção a lavanderia de Sofia. Foram em silêncio por alguns metros, até que ele perguntou:
- Qual o seu nome?
Ela olhou no rosto dele mais uma vez, e pra responder decidiu encara-lo.
- Sofia. Ah, chegamos! – disse ela passando por uma porta de vidro grande, e se aproximando do balcão. – Bom dia! Eu esbarrei nele na cafeteria, e queria que você resolvesse meu problema com urgência. Você pode fazer isso por mim Lucas? – perguntou Sofia ao rapaz do balcão, que era um conhecido seu de muitos anos atrás.
- Tudo bem. – respondeu Lucas.
- Pode entrar ali naquela porta... – disse ela para o rapaz, esperando que ele falasse o nome dele.
- Thomas.
O nome acelerou seu coração, ela sentiu uma dor no peito. Respirou tentando não transparecer que estava surpresa.
- Sim Thomas, entre ali para trocar sua roupa.
Ele foi caminhando até a porta, enquanto ela tentava se acalmar. Em poucos goles engoliu todo o café que estava em sua mão. Jogou o copo de plástico num lixo que tinha do lado de fora da loja e voltou para dentro.
- Você pode me dar um copo de água, por favor?
Lucas voltou com um copo de água gelada nas mãos e entregou a Sofia.
- Obrigada.
Sofia se sentou em uma das cadeiras próximas ao balcão. Enquanto bebia rapidamente a água. Não entendia porque ficou tão nervosa, ela queria conhece-lo.  Vinham muitas perguntas em sua mente: “será que é ele mesmo”, “poderia ser uma coincidência tão grande?”, “por que tinha que ser justo ele que estava naquela cafeteria naquela hora?”. Sua mente travou por alguns segundos e a ultima pergunta surgiu “Por que ele tinha que ser tão surpreendentemente bonito?”...

Thomas
Enquanto estava dentro daquela salinha trocando de roupa, Thomas se lembrou de que Clara tinha mencionado uma amiga que se chamava Sofia. Era com ela que Clara tinha saltado de paraquedas, e elas eram muito amigas. Poderia ser uma coincidência tão grande de ele encontra-la? Ela era muito simpática e também muito bonita. Tinha cabelos pretos, um sorriso incrivelmente brilhante e olhos verdes. Como Clara nunca tivera a descrito, então ele não podia ter certeza de que essa Sofia era a mesma.

Sofia
Enquanto pensava nisso, ele reapareceu no balcão com uma camiseta preta e uma calça jeans cinza, ainda mais bonito do que na cafeteria. Ela se levantou e entregou um cartão a Lucas, e disse para ele passar a lavagem das peças de roupa no mesmo.
Após o pagamento, Sofia ainda estava nervosa demais para continuar ali. Viu Thomas se sentar em uma das cadeiras próximas ao balcão para esperar sua roupa sair.
- Fica pronto daqui a 40 minutos. – disse Lucas de trás de uma tela de um computador cadastrando o pedido.
Thomas fitou Sofia mais uma vez e disse:
- Vou esperar por aqui.
Sofia não sabia o que dizer, deu um sorriso falso e se sentou próxima a ele. Estava quase ofegante, mas não queria arriscar perguntar se ele conhecia a Clara, ou se era só uma coincidência de nomes mesmo.
- Seu nome... Bem, não me é estranho. Você conhece alguma Clara? – perguntou Thomas sem saber o que esperar na resposta.
Agora as dúvidas de Sofia tinham se acabado. Era ele mesmo.
- Sim, minha melhor amiga... Espere... Thomas! Vocês saíram domingo certo?
- Isso mesmo. Eu estava na duvida de perguntar, pois ela nunca tinha te descrito pra mim, mas já tinha falado muito de você.
- Ela comentou sobre você, mas não deu detalhes sobre sua aparência também.
- AH, entendo.
Sofia estava constrangida, num salto fingido disse:
- Nossa, eu esqueci que tenho um compromisso, não posso ficar por aqui... Nos vemos qualquer dia desses. Desculpe-me de novo pelo café e até logo.
Sofia foi embora e nem esperou pelo que Thomas ia falar. Tirou as chaves do carro da bolsa e foi dirigindo pra casa.


quinta-feira, 12 de abril de 2012

A visão de uma noite.

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Parte 5

Ainda no parque, conversando por um tempo, Thomas e Clara já tinham descoberto sobre muitas coisas interessantes um sobre o outro. Clara se sentia confortável perto de Thomas, mas ainda tinha certa insegurança sobre o que aconteceria depois. Era tudo muito imprevisível. Thomas deixava as palavras fluírem em seus lábios, e adorava o conforto que sentia enquanto falava e via Clara com um olhar entusiasmado.
- Me conta sobre sua família Thomas. Você tem irmãos, irmãs ou animal de estimação? – depois da pergunta Clara deixou escapar um sorriso tímido.
Thomas parou por poucos segundos olhando para Clara. Ele sentiu uma sensação estranha no peito, sua mente se desligou e lembrou-se de quando ligou para marcar esse encontro no parque. Na ligação ele não tinha certeza se Clara tinha aquela “diferença” que ele procurava nas pessoas. Mas agora, parado ali, tão perto dela e conversando por horas... Sim, ela tinha. Ela era diferente e não se esforçava pra ser assim.
- Tenho uma irmã mais velha, casada com dois filhos. E tenho meus pais também e nenhum bicho de estimação.
- Nunca teve um? – disse Clara agora deitando sobre o pano e se apoiando sobre o cotovelo para olhar Thomas.
- Na verdade sim, mas há muitos anos atrás, e não era meu e sim da minha irmã.
- O que era?
- Um gato, eu adorava aquele gato.
- Engraçado, a maioria das pessoas que conheço odeiam gatos. Eu tive dois gatos na minha vida, ambos meus. Mas já faz muito tempo também.
Continuaram conversando sobre suas famílias, histórias engraçadas de infância e admiradores secretos. Sem perceberem já estava escurecendo. Thomas pensou o mais rápido que podia e falou:
- Que tal irmos ao cinema e depois um jantar?
Clara olhou para as próprias roupas e pensou
-“O dia inteiro com a mesma roupa, cheia de grama...” - Então disse um tanto receosa: - Tudo bem então.
Eles se levantaram. Thomas dobrou a toalha e colocou dentro da mochila. Enquanto caminhavam para a entrada do parque, foram calados. Clara estava pensando sobre o que falar, enquanto Thomas pensava sobre o que fazer.
Após a saída do parque Thomas começou a sentir a timidez, garganta secando e as mãos geladas e suadas. Então pediu:
- Espera aqui, que vou comprar uma garrafa de água. Você quer alguma coisa?
- Uma água também, obrigada.
Depois que Thomas se afastou, Clara respirou fundo para acalmar o coração que estava um pouco acelerado. Não sabia por que estava daquele jeito, mas sabia que tinha que acalmar a timidez. Afinal, tinham conversado tanto durante a tarde, que já devia ter se acostumado com a presença dele. Secou as mãos no jeans e olhou ao redor pra verificar se alguém percebeu seu nervosismo.
- Aqui esta sua agua. Vamos? – disse Thomas quando voltou com duas garrafas pequenas de água.
Ele já estava mais calmo e teve tempo de colocar as ideias no lugar enquanto estava longe dela. Já tinha escolhido o filme e onde comeriam. Não estava afoito quanto o que fariam depois, pois era apenas o segundo encontro e não queria que nada desse errado.
Foram ao cinema, depois ao restaurante. Durante o jantar, conversaram e riram das situações engraçadas do filme. Clara tinha se divertido muito e se sentia um pouco triste da noite já estar acabando, queria que o dia seguinte fosse o mesmo dia pra fazer tudo outra vez.
Thomas a levou até seu prédio, e quando estavam chegando à porta Clara se sentia mais decidida do que nunca. Thomas decidiu tornar essa noite uma boa noite, caso o que fizesse não agradasse Clara, ele saberia que nada impediu do dia ser bom.
- Muito obrigada pelo dia hoje. Obrigada pelo cinema e pelo jantar. Gostei de tudo. – disse Clara sorrindo.
Thomas percebeu que aquele sorriso era diferente de todos os outros que Clara havia lhe oferecido durante o dia. Era tão bonito quanto os outros, mas parecia de uma profundidade maior. Ele suspirou levemente, sorriu e disse:
- Espero que não esteja agradecendo porque não vai acontecer outro dia como esse.
Clara tomou a coragem que lhe sobrava e se aproximou e deu o melhor beijo que deu em toda a sua vida. Os braços de Thomas enlaçaram a cintura de Clara e ambos sentiram o que esperavam sentir e ainda mais.
- Espero que aconteçam muitos outros dias como esse. – disse Clara se afastando e sorrindo. – Boa noite Thomas.
Thomas devolveu o sorriso e estava impactado com o que tinha acabado de acontecer. Voltou-se para o corredor caminhando até o elevador. Olhou para a porta de Clara novamente e ela acenou para ele, ele retribuiu o aceno.

Clara
Ao fechar a porta deu o suspiro mais fundo que pode dar, tomou todo o ar que cabia em seus pulmões, e expirou fechando os olhos e encostando as costas na porta. Ao liberar todo ar, Clara sorriu novamente, abriu os olhos e foi correndo ao telefone ligar para Sofia.

Thomas
Thomas esperou que o elevador fechasse a porta. Fechou os olhos e disse a si mesmo sussurrando:
- Não perca essa, porque se perder vai ser como se perdesse tudo.