Primeiro
começo me alongando, porque acho que esse texto vai sair um pouco maior do que
o que eu imagino. Nos últimos anos surgiu uma discussão/debate muito grande
sobre a legalização do aborto. Até esse ano, confesso que não tinha minha opinião
formada, e isso se devia puramente ao fato de eu nunca ter parado pra pensar a
fundo sobre o assunto.
Nesse ano de
2012, parando pra analisar o assunto, eu formei minha opinião. Essa por sua
vez, vai contra muitas outras opiniões, que talvez seja eu parte da minoria que
pensa dessa forma. “Eu sou a favor do aborto.”, foi essa a frase que disse na
faculdade hoje, que tenho quase certeza que choquei a maioria das pessoas e fui
xingada mentalmente por mais da metade da sala, ou não, porque não leio mentes
então não sei direito o que pensaram.
Agora vai
minha explicação pras perguntas principais que perturbam a mente das pessoas:
“Qual religião você é?”, “Você não vê que aborto é assassinato?”, “É bíblico
que não se deve matar...”, “Aborto é crime”... Bem, sei que tem muitas outras,
mas essas são as principais e vão ser respondidas nos parágrafos seguintes:
Sou
evangélica. Sim, pasmem! Sei que muitos vão falar que minha religião é contra
assassinato, e eu mais do que ninguém sei disso. Sou evangélica desde que me
entendo por gente, mas como ser humano e ser pensante, eu sou a favor do livre
arbítrio que é bíblico também! Por isso acredito que a “mãe” tem direito de
escolher se quer a criança ou não, e tem direito de poder fazer essa escolha de
uma forma segura. Concordo que não se deve matar e se eu engravidasse mesmo se fosse gravidez “indesejada”, eu teria meu bebe, porque acredito que
é responsabilidade minha cuidar da vida que estou gerando.
Por que sou
a favor da pessoa escolher se quer ter o filho ou não? Simplesmente acredito
que se a pessoa tivesse direito de escolher continuar ou interromper a gravidez
logo que descobrisse, teríamos índices bem menores de abandono, de crianças
jogadas no lixo, de crianças jogadas nos rios, de crianças jogadas em caçambas
de construção e morrerem afogadas por conta das chuvas que deram naquela noite
em que foram jogadas. Sou a favor dessa criança não ter que passar por um lar
de adoção, e crescer sabendo que foi jogada ali por uma mãe que não a queria,
ou não tinha condições de cria-la.
Acredito que
é direito da mãe escolher interromper a gravidez, mesmo sabendo que fazendo
isso não conhecerá a sensação de ser mãe. É direito dela, pois ela quem vai
abortar e não esse bando de moralistas que se dizem a favor da vida, mas não
fazem nada pra mudar isso. Não vejo essas pessoas adotando crianças, ou
passando por processos de adoção com desejo de adotar.
Por isso
repito: assim como é bíblico não poder matar, é bíblico que o ser humano tem
livre escolha de seus atos dês da criação do mundo. A mulher sabe muito bem que
mesmo sendo um feto, ele tem vida e esta em formação para ser um ser humano, se
ela, mesmo partindo desse princípio quiser abortar, quem pagará pela vida que
foi tirada será ela mesma e não você, nem eu, nem ninguém mais.
Sou tão a
favor disso quanto sou a favor de qualquer pessoa expressar a opinião que tiver
sobre isso, só não acho válido pessoas com comportamento agressivo com as
pessoas que pensam diferente deles, porque todos nós nascemos para viver as
nossas vidas e não as vidas de outras pessoas. E eu tenho direito de pensar o
que eu quiser pensar independente de minha etnia, religião, sexo e cultura.
Pense nisso.
Sabe que quando vi, há alguns dias, teu post no twitter sobre isso, achei um cúmulo. Eu ainda não tenho opinião formada e, portanto, nem argumentos sólidos sobre isso. Até já parei pra pensar, mas é algo tão, tão complexo que só pensar e não me basear em vários âmbitos da sociedade não seria o bastante, por isso me coloco neutra nesse assunto. Mas vendo teu texto, compreendi tua visão, esses assuntos polêmicos quando compactados numa só frase, sem argumentos, nos passam uma visão totalmente grosseira, sendo que às vezes nem o é. A única conclusão, agora, que consigo tirar - baseando-me na tua opinião -, é que o problema não é a lei, nem os moralistas hipócritas, mas sim as pessoas em geral (meu último texto aqui fala sobre o descuido e descaso que as pessoas tem para com os moradores de rua ou pedintes). Sexo e sexualidade sempre foi tabboo, e continuará sendo por muito tempo; e por conseguinte, tudo o que envolve isso. Mas quando o problema dura uma vida inteira, como no caso de um filho indesejado, a coisa fica bem, bem mais complicada. E então a religião nem faz mais parte do assunto, mas sim teus valores.
ResponderExcluir