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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Parte 2

Thomas


Thomas naquela noite, não dormiu muito.
Acordou cedo porque tinha se esquecido de fechar as cortinas, e o sol das dez da manhã foi depressa de encontro ao seu rosto no travesseiro. Ao perceber o sol, apertou os olhos e se virou para o outro lado.
Quando se virou, percebeu que tinha aparecido um sorriso no seu rosto lembrando da noite anterior. Sentou-se na cama e coçou a cabeça, pensando no que ia fazer.
Ao se levantar ficou algum tempo parado, olhando pra janela. O dia estava muito ensolarado. Olhou para o criado mudo ao lado de sua cama e viu seu celular, pegou e procurou o número de Clara.
Forçou sua mente para lembrar exatamente como era o rosto dela, mas tinha perdido alguns detalhes, só se lembrava dos olhos verdes. Esfregou os olhos com as pontas dos dedos e foi tomar um banho frio, que era isso que ele precisava.
Enquanto estava no banho, escutou o telefone tocar, e pegou a toalha e saiu escorregando pelo banheiro, correndo para que não perdesse a ligação, pensando que fosse uma ligação de Clara.
- Alô? - disse Thomas segurando no telefone com as mãos ainda molhadas.
- Thomas! Eu sei que é meio cedo, mas tem um tempo pra um almoço?
- Quem é? – disse Thomas sem reconhecer a voz. Apoiou o telefone na dobra do pescoço e secou as mãos.
- Sou eu Thomas, o Charles. Você ta bem?
- Nossa, desculpa Charles.
- Como foi ontem naquele bar estranho, sozinho?
- Se eu te falar que não foi ruim você acredita em mim?
- Claro que não, você odeia esses lugares.
- Não odiei, mas isso não da muito pra contar por telefone, e você como foi ontem no jantar com os pais da Emy?
- O jantar foi bom, eu fiquei um tanto medroso, mas eu também não vo conseguir te contar isso por telefone.
- Vão casar?
Charles fez uma pequena pausa e disse:
- Que horas você pode passar aqui na porta do escritório?
- Daqui a uma ou duas horas...- Thomas fez uma pausa e se lembrou de ter deixado o chuveiro ligado e se apressou em dizer – Tenho que desligar, logo eu chego ai.
Depois de terminar o banho, foi logo pegando o primeiro jeans que viu na frente pra usar e uma camiseta que estava pendurada. Logo pegou as chaves do carro que estavam sobre a estante da sala e saiu do apartamento, ainda com os cabelos molhados.
Quando parou o carro em frente a calçada que Charles estava, esperou até que o amigo entrasse no carro e disse:
- Parece que alguém tem algo pra me contar.
- Vamos naquele restaurante de esquina com meu apartamento, pode ser?
Charles parecia ignorar o que Thomas dizia e estava demonstrando tanta preocupação que Thomas não sabia o que pensar nem o que dizer e apenas confirmou um tanto desconfiado. Ele pensava porque o amigo estava com uma expressão tão apreensiva no rosto e queria saber se tinha dado tudo certo. O que importava era o amigo, ele poderia deixar de pensar em Clara por algumas horas.
Ao chegarem no restaurante, Charles se limitou em não dizer nada até pedir o que queria comer. Thomas ficava só analisando o amigo, depois fez seu pedido. Quando os pratos chegaram pelo garçom em sua mesa, Charles finalmente falou:
 - Acho que a Emy vai terminar comigo.
- Por que você tá falando isso?
- Porque ontem no jantar, ela estava agindo estranho... Eu imaginava que ela sabia que eu queria pedir ela em casamento, mas ela não deu chances pra mim dizer nada pra ela, muito menos pros pais dela. Ela ficava o tempo todo falando de outros assuntos e não olhava pra mim, parecia muito preocupada... Na hora que eu estava indo pro meu apartamento, ela não quis vir comigo e falou que dormiria na casa dos pais dela aquela noite. Foi tão estranho.
- Pode ser coisa da sua cabeça, fica calmo. Tenta ligar pra ela mais tarde, chama ela pra jantar e conversa com ela... Pode não ser isso.
Ficaram os dois comendo em silêncio, até que Thomas tentou um assunto diferente:
- Não quer saber como fui ontem?
- Claro que quero. Pelo jeito só gostou por ter conhecido alguém! - Charles ainda estava apreensivo.
- Vamos cara, não deve ser só isso que tá te preocupando, você quer que eu te leve na casa dela depois do nosso almoço pra vocês conversarem?
- Você faria isso por mim?
- Pelo jeito que você tá, acho melhor nem voltar pro escritório hoje.
- Vou ligar pra adiarem a reunião das cinco pra outro dia, talvez para amanhã, ainda não sei.
- Se quiser ligar agora...
Charles se levantou, pediu licença e foi discando o numero até chegar a porta do restaurante. Ficou alguns minutos do lado de fora enquanto Thomas almoçava. Quando voltou disse que estava tudo certo, e terminaram de almoçar falando pouco e só a respeito do dia e as vezes um elogio para a comida.
No caminho para a casa dos pais de Emy, Charles segurava com força o sinto de segurança como se a qualquer momento o carro fosse bater. Thomas ficava concentrado enquanto Charles falava: “Entra na segunda esquerda, depois na primeira direita...”. Ao chegarem Thomas disse que esperaria no carro.
Depois de duas horas, Thomas já estava com medo. Ele via pela janela da casa os dois na sala em pé conversando sem sorrir, e ficou com medo de que realmente fosse um término, até que de repente viu um abraço extremamente apertado e o sorriso que Charles tinha aberto no rosto acalmou Thomas como uma mamadeira acalma um bebê com fome.
Ao sair da porta da casa, Charles deu um longo beijo em Emy que o abraçou com muito carinho e ele veio caminhando até o carro.
Ao entrar Charles disse:
- Não era nada do que eu tava pensando.
- O que aconteceu?
Charles ficou alguns minutos em silêncio, como se estivesse pensando no que dizer e de repente surpreendeu Thomas dizendo:
- Ela tá grávida! Ontem ela não quis falar sobre nós, porque primeiro queria me contar sobre o bebê, pra depois contar pros pais dela.
- E você não trouxe a aliança com você?
- Não, mas quero fazer surpresa pra ela amanhã, assim que ela chegar no meu apartamento.
Isso vai ser muito legal.
Charles as vezes ria no carro como se alguém tivesse contado uma boa piada para ele. Finalmente charles disse:
- Cara, desculpa! Eu não perguntei direito sobre ontem a noite. Pode me contar agora?
- Claro que conto. Sim, eu conheci alguém. Era isso que você tinha me perguntado no restaurante, e gostei porque conheci ela sim.
- Nossa, fazia tempos que não ouvia você dizer isso de alguém. Como ela é?
-Ah cara, eu não consigo esquecer dos olhos verdes dela e aquele cabelo castanho comprido ondulado... Ela é muito bonita.
- E ai? Qual o nome dela? Sobre o que conversaram?
- O nome dela é Clara. Não lembro exatamente de tudo o que conversamos, foi tudo tão espontâneo que não consigo lembrar muito bem de nada o que disse. As palavras vinham e saiam da minha boca, sem nenhum constrangimento.
- Então ela não é uma garota de bar... E você dizendo que não tava afim de sair ontem porque sabia que não encontraria nenhuma garota interessante, que todas te davam nojo e etc.
- É, me surpreendi.
- Vai ligar pra ela?
- Claro que vou, assim que eu voltar pra casa.
- Desculpa, eu to te atrapalhando né?
- Não, não esta. Foi bom ter te ajudado hoje.
- Mas vocês se beijaram? Algo assim?
- Não, só conversamos! Isso que eu gostei nela, ela nem demonstrou vontade, infelizmente.
- Ou ela realmente não se interessou por você...
- Não fala assim, ela valeria a pena insistir!
Os dois riram juntos e conversaram por mais alguns minutos no carro até Thomas deixar Charles na calçada de seu escritório.
- Brigada cara, se cuida e liga pra ela tá?
Thomas só sorriu para ele e voltou as pressas pro apartamento ansioso para ligar para Clara. Ao chegar no apartamento, era quatro da tarde. Thomas jogou as chaves em cima do sofá e pegou o telefone sem fio. Exitou alguns minutos, mas finalmente pegou o numero e começou a discar.
Tocou algumas vezes e caixa postal.

Clara

Ao chegar a porta do apartamento, não sabia teria recados de thomas, mas mesmo assim entrou as pressas. Ao abrir a porta escutou o ultimo toque do telefone e a mensagem começando a ser gravada que dizia:
- Oi Clara, é o Thomas. Só liguei pra saber se...
O mais rapido que pode, puxou o telefone se sentou no sofá e disse:
- Thomas! Desculpa, acabei de chegar em casa.
Clara estava realmente feliz com a ligação e não sabia que a receberia logo na hora que chegasse em casa. Ela agora estava realmente surpreendida com Thomas.

Thomas

Thomas estava surpreso e ao mesmo tempo muito feliz e nervoso, não sabia o que dizer e não sabia que Clara o atenderia. Ele então tinha ligado na hora certa, e seguido bom conselho de seu amigo. Agora não sabia o que esperar de Clara, mas estava contente por ela tê-lo atendido.

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